A Polícia Civil de Barra do Piraí, no Sul do Rio de Janeiro, está investigando um estupro de vulnerável sofrido por uma menina, de 7 anos. O principal suspeito é o pai dela, de 39 anos.
O estupro aconteceu no sábado (18), na casa da família, no distrito de Dorândia, mas só foi relatado pela criança na segunda-feira (20), na escola (entenda abaixo).
O g1 obteve com exclusividade junto à Polícia Civil um desenho feito pela própria menina retratando como ocorreu o crime. A ilustração foi feita na delegacia da cidade, acompanhada de uma policial.
No desenho (veja acima), a criança mostra o pai a pegando pelo braço, a colocando na cama e deitando sobre ela. A ilustração também revela a irmã, de 5 anos, que estava tomando banho no momento do crime.
O pai estava sozinho com as duas filhas em casa, pois a mãe havia saído para ir ao médico.
Crime revelado na escola
A suspeita do estupro foi levantada na escola em que a menina estuda. A diretora da unidade chamou a mãe para falar que a filha estava suja de sangue porque havia menstruado.
A mulher, no entanto, desconfiou de que o sangue fosse a menstruação, pois a filha ainda tem 7 anos.
De acordo com a Polícia Civil, ao ser questionada pela mãe, a criança disse que o pai a pegou pelo braço, levou para cama e tirou sua roupa, vindo a cometer o estupro. A dinâmica do crime é semelhante ao desenho feito pela vítima.
Laudo confirmou o estupro
No mesmo dia em que o estupro foi registrado na delegacia, a vítima foi levada para o Instituto Médico Legal (IML) e realizou um exame de corpo de delito.
Segundo a Polícia Civil, o laudo pericial apontou pequenas manchas vermelhas, acompanhadas de uma secreção, no hímen e comprovou que houve ato libidinoso.
“[A secreção] servirá para pesquisa de espermatozoides e futuro exame de DNA, a fim de provar se o pai foi ou não o abusador”, disse o delegado titular da delegacia de Barra do Piraí, Antônio Furtado.
Medida protetiva
Em depoimento à Polícia Civil, a mãe da criança disse que está separada do pai da criança, mas que os dois moram na mesma casa e que ela confia nele para cuidar das filhas quando precisa sair.
Afirmou também que, após retornar do médico, não reparou nada de diferente no comportamento da vítima e do ex-companheiro.
Diante da denúncia, a mulher solicitou à polícia para que fosse pedido à Justiça uma medida protetiva para a filha. A ordem, caso seja expedida, determina que o pai deixe de ter qualquer tipo de contato com a menina.
“Já solicitamos as medidas protetivas da Lei Henry Borel, e serão tomadas todas as medidas necessárias para esclarecer este caso”, afirmou o delegado.
Inquérito policial
A Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apurar o caso. O delegado Antônio Furtado disse que o pai da criança já foi intimidado para prestar depoimento.
O homem não foi preso porque o estupro foi relatado dois dias depois do acontecido. Assim, não se configurou como flagrante.
A pena por estupro de vulnerável pode chegar a 15 anos de cadeia.
G1