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Incêndios no Pantanal crescem 974% em 2024 e Mato Grosso está entre os estados mais afetados

Após uma intensa temporada de incêndios em novembro passado, o Pantanal volta a ficar sob alerta. De janeiro ao início de junho de 2024, os focos de incêndio no bioma aumentaram 974% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A combinação de altas temperaturas e chuvas abaixo das médias históricas desde o final do ano passado contribuiu para uma situação alarmante. A seca intensa e a baixa quantidade de água disponível no território têm aumentado a vulnerabilidade do bioma, levando à necessidade de decretar situação de emergência em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no final do ano passado, após o registro de mais de 2.000 focos de incêndio em menos de duas semanas.

Os municípios mais afetados pelo aumento dos incêndios incluem Aquidauana, Miranda, Corumbá e Porto Murtinho no Mato Grosso do Sul, e Poconé, Barão de Melgaço, Cáceres e Itiquira no Mato Grosso. Além disso, áreas fronteiriças com a Bolívia também estão sob ameaça.

Cyntia Santos, analista do WWF Brasil, destaca que a situação atual, embora preocupante, ainda não alcança os níveis críticos registrados no final do ano passado. A intensidade da seca e a baixa quantidade de água disponível indicam que a situação pode piorar, com riscos de incêndios de maior extensão. Os dados oficiais e o monitoramento por entidades ambientalistas são essenciais para o planejamento de ações de combate ao fogo e estratégias das brigadas voluntárias treinadas.

O Serviço Geológico Brasileiro relatou que o rio Paraguai, principal da região, apresenta os menores níveis históricos, agravando ainda mais a situação. Além das condições naturais, as ações humanas, como desmatamento e incêndios acidentais ou criminosos, são fatores críticos que aumentam a vulnerabilidade do solo e contribuem para a proliferação de incêndios.

Durante o evento “Raízes do Pantanal”, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, enfatizou a importância de uma abordagem estruturada e racional para a preservação do bioma. Ele ressaltou a necessidade de punir severamente os infratores ambientais e destacou os investimentos do governo estadual em proteção ambiental. “Nos últimos cinco anos, o Governo de Mato Grosso investiu mais de R$ 260 milhões no plano de proteção ambiental. Em 2024, são R$ 74,5 milhões que serão fundamentais para garantir a fiscalização e o cumprimento da lei na preservação dessas áreas”, afirmou Mendes.

O aumento drástico nos focos de incêndio no Pantanal em 2024 coloca em alerta as autoridades e organizações de preservação ambiental. A combinação de condições climáticas adversas e ações humanas contribui para uma situação crítica que exige intervenção imediata e coordenada para proteger um dos biomas mais importantes e vulneráveis do Brasil.

CENÁRIO MT

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