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Sorriso: Delegada afirma que professor, que foi encontrado morto, era abusador recorrente; Novas vítimas procuraram a delegacia

Durante uma coletiva de imprensa realizada na tarde dessa quinta-feira (13.06) a Doutora Delegada Jéssica Assis afirmou que Josias Souza, de 38 anos, era um abusador recorrente, e que novas vítimas procuraram a delegacia afirmando terem sido abusadas pelo professor.

Três crianças já haviam sido ouvidas pela Polícia Civil, mas muitas outras ainda estão com a escuta especializada agendada para as próximas semanas.

Após o professor ter sido encontrado morto, boatos sobre a causa da morte começaram a surgir. Em áudios que circulavam em grupos de WhatsApp, pessoas diziam que a morte do homem teria sido vingança de alguma facção, mas a DHPP descartou qualquer possibilidade da morte ter sido um homicídio, deixando claro o suicídio.

Na manhã dessa quinta-feira (13.06), o Professor Josias Souza, de 38 anos, foi encontrado morto dentro da quitinete onde morava, no bairro Flor do Cerrado. A suspeita inicial é de suicídio.

Josias dava aula na escola Aureliano Pereira da Silva e foi preso em flagrante no dia 04 de junho, pela equipe da Delegacia da Polícia Civil por crime sexual contra um estudante de seis anos, no bairro Flor do Cerrado, e gostava de presentear os alunos com os quais ele supostamente abusava, foi solto após a audiência de custódia na noite de 06 de junho. A juíza que relaxou a prisão do professor também decretou medidas cautelares.

A Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Politec trabalham no local.

O professor foi preso após investigação da polícia civil, onde após verem imagens das câmeras de segurança e relatou da mãe de um aluno que desconfiou quando o professor deu de presente ao seu filho um perfume e outros presentes como tênis, mochila e skate.

O Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica e Sexual foi acionado pela Secretaria Municipal de Educação, que encaminhou uma notificação de violência relatando as atitudes do professor, inclusive, com a análise de imagens de câmeras de segurança da sala de aula.

Em uma atividade orientativa sobre as ações do movimento Maio Laranja, com palestra sobre exploração sexual infantojuvenil realizada no dia 03 de junho na escola, alguns participantes relataram que o professor fazia ‘brincadeiras’ com toques, como colocar a mão por dentro da camiseta dos alunos e cócegas nas crianças.

As atitudes foram informadas à direção da escola, que observou a conduta do professor na sala de aula por meio de filmagens do circuito interno da sala de aula, onde ele aparece conduzindo um aluno para os fundos da sala e depois se posicionou com a criança atrás de uma carteira, no último assento da sala. Ali, o suspeito ficou sentado no chão com a vítima, por quase 10 minutos. Estranhando a situação, uma colaboradora entrou na sala e foi até o professor, quando viu a criança deitada no chão de barriga para cima, e chamou o suspeito, pedindo que ele entregasse um documento à direção. O suspeito foi até um armário da sala de aula, quando a testemunha relatou que o viu com ereção no órgão sexual.

A mãe da criança foi ouvida e contou em depoimento que o professor vem, há meses, presenteando a criança com agrados como skate, mochila, garrafas; e ainda pediu para que pudesse levar o menor em casa após as aulas, alegando que queria ajudar a mãe da criança.

J.P.S. foi conduzido à Delegacia de Sorriso, e autuado em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável. A delegada Jéssica Assis explica que a conduta do profissional foi capciosa e maliciosa, e que os relatos das demais crianças e da testemunha, bem como as filmagens fornecidas, foram cruciais para esclarecer as circunstâncias do caso.

“Por se tratar de um ato sexual criminoso envolvendo uma criança, ele foi autuado por estupro de vulnerável. Como o crime ocorreu em ambiente escolar, na presença de diversas crianças e levando em conta o fato de o suspeito não ter se intimidado sequer com as câmeras do local, tendo até mesmo criado um cenário para se esconder do videomonitoramento, entendo que a liberdade do infrator é intolerável e perniciosa à ordem pública, motivo por que represento pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva”, observou a delegada.

O suspeito será encaminhado à audiência de custódia do Poder Judiciário, onde será decidido se ele responderá ao processo em liberdade ou permanecerá detido.

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