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Centro-Oeste pode se tornar inabitável até 2074, segundo estudo da NASA

Um estudo da NASA, publicado na revista Science Advances, indica que o Centro-Oeste do Brasil poderá se tornar inabitável nos próximos 50 anos. A causa seria a combinação de altas temperaturas e elevada umidade, condições letais para os seres humanos.

O estudo também identificou outras regiões do Brasil com potencial para se tornarem inabitáveis, como o Norte, Nordeste e Sudeste. Fora do Brasil, áreas como o Sul da Ásia, Golfo Pérsico, Mar Vermelho, partes da China e Sudeste Asiático enfrentam riscos semelhantes devido às já elevadas temperaturas.

O cientista Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, liderou a pesquisa, analisando extremos de calor e umidade com imagens de satélite e projeções de temperatura de bulbo úmido.

Raymond alerta que o aquecimento global continuará se as emissões de gases do efeito estufa não forem controladas. O desmatamento e o consumo irresponsável de recursos naturais podem acelerar ainda mais o aumento das temperaturas.

Limites do corpo humano

Temperaturas iguais ou superiores a 37°C, combinadas com umidade do ar acima de 70%, podem causar problemas de saúde. Embora o ar seco seja desconfortável, é a umidade que aumenta a sensação térmica, dificultando a evaporação do suor e, consequentemente, a dissipação do calor pelo corpo.

A ciência utiliza a métrica de temperatura de bulbo úmido para determinar o limite seguro para o corpo humano. Mesmo uma pessoa saudável pode superaquecer e morrer se exposta a uma temperatura de bulbo úmido acima de 35°C por mais de seis horas. Essa condição equivale a 45°C com 50% de umidade ou 71°C em termos de sensação térmica.

O corpo humano consegue suar eficientemente a 45°C com 20% de umidade, mas quando a umidade ultrapassa 40%, a capacidade de dissipar calor diminui, tornando a combinação potencialmente fatal.

Desde 2005, algumas áreas do Golfo Pérsico e do Paquistão já atingem essas temperaturas extremas de bulbo úmido. Com a tendência de aquecimento global, essas condições devem se tornar mais frequentes nas próximas décadas.

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