O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, fez duras críticas à tolerância com crimes ambientais no Brasil, defendendo mudanças rigorosas na legislação para combater o desmatamento ilegal e as queimadas. A declaração foi dada nesta quinta-feira (19), durante uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que tratou das ações para controlar os incêndios no Pantanal e na Amazônia.
Mendes destacou que, embora o Brasil tenha um dos Códigos Florestais mais restritivos do mundo, a legislação atual ainda é insuficiente para coibir os crimes ambientais. Ele afirmou que as ilegalidades são “toleradas há muitos anos” e que isso tem prejudicado a credibilidade do país em aplicar as leis ambientais.
“As ilegalidades ambientais são toleradas há muitos anos nesse país. Nós, brasileiros, nos acostumamos a conviver com os nossos problemas, e grande parte deles se tornou normalidade, o que nos tira a credibilidade para defender essa lei”, afirmou o governador, que estava acompanhado da primeira-dama Virginia Mendes.
Mauro Mendes citou um exemplo recente ocorrido em Sorriso, onde um autor de incêndio florestal foi preso e liberado após pagar uma fiança de R$ 800. “Isso é inadmissível”, criticou o governador, sugerindo que a “lei frouxa” contribui para a impunidade em casos de crimes ambientais.
Apesar das limitações legislativas, o governador ressaltou os esforços do Governo de Mato Grosso no combate ao desmatamento e às queimadas ilegais, afirmando que mais de R$ 360 milhões foram investidos no enfrentamento de incêndios florestais e crimes ambientais, com R$ 75 milhões apenas em 2024.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, também participou da audiência e destacou o trabalho do governo estadual na prevenção e combate às queimadas. Segundo ela, Mato Grosso conta com mais de mil bombeiros atuando diretamente no combate aos incêndios e no resgate de fauna, além de investimentos em infraestrutura para garantir o suporte necessário.
“Mato Grosso tem mais de mil bombeiros trabalhando incansavelmente, lançamos 3,7 milhões de litros de água com aviões e estamos investindo em capacitação e infraestrutura”, destacou a secretária.
A audiência foi presidida pelo ministro do STF, Flávio Dino, e contou com a participação de representantes dos estados que compõem a Amazônia, Cerrado e Pantanal, além de outras autoridades ambientais e federais.