A advogada alvo de mandado de busca e quebra de sigilo bancário durante as diligências da terceira fase da Operação Unfollow, conduzida pela Polícia Civil em Sorriso na terça-feira (01.07), foi identificada como Danielle da Silva e Sousa. A ação policial cumpriu mais de 30 ordens judiciais relacionadas a uma facção criminosa envolvida em crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, extorsão e homicídios na cidade de Sorriso e região.
Entre as ordens judiciais, estão sete mandados de prisão temporária, dez mandados de busca e apreensão domiciliar, dez afastamentos de sigilos telemáticos, quatro afastamentos de sigilos bancários, além do isolamento de um líder da facção no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) da Penitenciária Central do Estado (PCE), pelo período de seis meses. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá, com apoio das equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia de Polícia de Sinop.
Vídeos divulgados pela Polícia Civil mostram que durante encontraram na casa de outro alvo da ação uma mala de viagem abarrotada de droga. A terceira fase da operação foi deflagrada em continuidade às investigações realizadas pela Delegacia de Polícia de Sorriso/MT e análises de materiais apreendidos na fase anterior, que revelaram a existência de uma cadeia criminosa estruturada, com hierarquia definida e funções específicas atribuídas a cada envolvido.
Entre os principais alvos desta fase, estão Lydia Elen Frez, esposa de um líder da facção, que assumiu o comércio de drogas em Sorriso após a prisão do seu marido pela Polícia Civil em 2023, e uma advogada [Danielle] que atuava para o grupo criminoso. Também houve buscas em uma empresa de fachada de propriedade da referida advogada.
As investigações indicam que lideranças da facção, mesmo custodiadas na Penitenciária Central do Estado (PCE), continuam a coordenar atividades ilícitas, como tráfico de drogas, cobranças de extorsão e ordens de execução de crimes. A facção possuía metas de arrecadação diárias, estimando um faturamento superior a R$ 19 mil por dia apenas com o tráfico de drogas. Para lavagem de dinheiro, utilizavam-se empresas fictícias, incluindo uma de propriedade da advogada investigada.
A primeira fase da Operação Unfollow foi deflagrada em fevereiro, quando foram cumpridos seis mandados judiciais: um de prisão e cinco de busca e apreensão, contra um influenciador digital identificado como integrante da facção, que utilizava redes sociais para promover diversas práticas criminosas.
Em maio, a segunda fase resultou na prisão de três jovens suspeitos de integrar a facção, traficando drogas e praticando associação ao tráfico. Na segunda fase, foi a casa de Jefferson Ryan, integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que caiu. Ele utilizava redes sociais para cometer e promover diversos delitos. Jefferson é considerado um soldado leal ao CV, tendo ameaçado e extorquido proprietários de casas noturnas e prostíbulos na cidade, conhecida como a Capital das Facções. Além disso, era digital influencer na região.
A operação continua em andamento, com análise de novos materiais apreendidos e a identificação de outros envolvidos.
NOTA
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso, informou que acompanhou a operação policial e que a eventual falta de ética da advogada será avaliada pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED).
FOLHA MAX