A defensora pública Gabriela Beck, que foi detida na segunda-feira (27) durante uma ação da Patrulha Rural da Polícia Militar contra a invasão de uma fazenda na cidade de Novo Mundo, relata ter sofrido agressões físicas por parte dos policiais.
De acordo com Gabriela, ela estava no local a pedido de alguns invasores com intuito de “mediar o conflito”. Entretanto, ela pontua que foi tratada com rispidez pelo major responsável pela ação, após questioná-lo sobre a ausência de ordem judicial para a operação em andamento.
Ela relata que estava gravando o ocorrido, quando o major pediu que o celular dela fosse entregue a ele. Após uma negativa, o militar teria puxado os cabelos de Gabriela e arrancado a sua bolsa com força, machucando o seu rosto.
A defensora pontua ainda que não sabe o motivo de ser tido detida.
A polícia afirma que Gabriela teria dito aos posseiros que era direito deles invadir a área. “Encorajou e estimulou os ocupantes a voltarem ao local das invasões, dizendo: ‘Não era para ter saído, vocês têm que retomar a invasão. É um direito seus’“, descreve o boletim policial.
A defensora foi detida e levada, no banco de trás da viatura, para a Delegacia de Polícia Civil de Guarantã do Norte para prestar esclarecimentos.
À imprensa, nessa terça-feira (28), a defensora pública-geral de Mato Grosso, Maria Luziane Ribeiro, disse que vai fazer representações ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, ao Ministério Público de Mato Grosso e ao Comando Geral da Polícia Militar para que façam uma investigação independente sobre a prisão e possível agressão sofrida por Gabriela Beck.
“Mesmo tendo se identificado como defensora e estando usando camiseta da Defensoria Pública, ela foi detida, evidenciando todo o desrespeito dos policiais. Vamos exigir uma investigação independente do caso e punições imediatas“, pontuou Luziane de Castro.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar não quis se manifestar.
REPÓRTER MT